ACESSE AQUI O ATLAS E AS CARTAS SAO DA BACIA DE PELOTAS

 

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A Bacia de Pelotas (210.000 km2) abrange toda a costa gaúcha e se estende até o sul de Florianópolis. Embora atualmente a mesma não apresente atividade de extração de óleo e gás em escala industrial, o cenário para prospecção e exploração comercial de hidrocarbonetos engloba tanto a futura exploração em águas rasas até as perspectivas de produção em águas ultra profundas, onde o risco inerente à produção é elevado.

Além disso, a presença da indústria de óleo e gás não se restringe a essa área de produção; deve-se incluir a intensa movimentação das embarcações de apoio; o lançamento e a instalação de dutos e, por sua abrangência espacial, as prospecções sísmicas; além do impacto potencial das refinarias e unidades de produção de gás natural situadas na zona costeira.

Exemplo da complexidade deste contexto foi o acidente ocorrido em janeiro de 2012, quando o navio grego Elka Aristotle acoplou na monoboia 602 da Transpetro, a 6 km da costa de Tramandaí, RS, e ao transferir o óleo para o duto, houve abertura da válvula de segurança da linha flutuante externa, ocasionando vazamento do petróleo tipo Marlim Sul.

Ressalta-se que o incidente ocorreu no auge do verão, em uma cidade onde a população flutuante é estimada em mais de um milhão de habitantes. A mancha de óleo, embora moderada (1,5 km2), atingiu aproximadamente 8 quilômetros de litoral, interditando a praia por cinco dias. Além dos impactos diretos, a maior preocupação foi com a "inversão da maré", que poderia fazer com que o óleo entrasse na Barra da Laguna de Tramandaí, tornando o desastre com proporções muito maiores.

Impulsionado pelo grande acidente na Baia da Guanabara (RJ), ocorrido em 2000, o poder público passou a priorizar as ações de planejamento e de resposta a acidentes com hidrocarbonetos. A partir da Lei 9966/00 (Lei do Óleo), o Ministério do Meio Ambiente (MMA) vem empreendendo esforços no sentido de normatizar e implementar as medidas necessárias para a efetividade destas ações.

Neste contexto de estratégia nacional de contingência a derramamentos de hidrocarbonetos, encontram-se as Cartas de Sensibilidade ao Óleo (Cartas SAO), instrumentos oficiais para orientação à resposta em caso de acidentes.

O mapeamento da sensibilidade a óleo da Bacia de Pelotas foi o objetivo principal deste projeto, o qual foi executado por meio de uma parceria entre a Universidade Federal de Rio Grande (FURG) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a partir de recursos oriundos do Ministério do Meio Ambiente, disponibilizados via Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).